quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Neurótico.

Foi a última vez que ele bebeu 4 copinhos americanos de cerveja em seguida, estava fazendo frio e ele estava nervoso e preocupado, mordia os lábios e piscava ás vezes, automaticamente seu nível de nervosismos estava subindo e provocando esses sintomas.
Foi ali, que não se aguentou, a pele mudou de cor (no rosto ainda). Foi ficando vermelho e ás vezes variava para  um tom de rosa, dava sorrisinho forçado o tempo todo, mas os olhos claramente demonstravam o pavor de estar ali, ás vezes parece que não mas ele é terrivelmente tímido e a timidez é cheia de males.
Já havia pensado, agora terei de mata-la por saber demais. Tinha muita gente ali, e começou a pensar que ela tinha dito algo sobre ele para eles. Os olhos paralisaram e começou observar e sentir a terrível sensação deles saberem dele também e se sentiu nu em pleno inverno dentro de um bar estilo Godard tudo era novidade e ficou ali sorrindo, tentando ser legal.
Já ouviu muitos palavrões, aliás quem nunca? E já disse muitos também, dos mais grotescos e quando assisti filmes que têm diálogos carregados de palavrões ele morre de rir, não sabe o porquê de achar graça nisso mas o riso surgi de maneira espontânea de modo que nunca se perguntou o porquê de achar graça.
Só que naquele momento foi errado, todos o olharam como O Puritano Bobo Que Nunca Ouviu Se Quer Um Palavrão, sabe tipo "que bobinho esse cara" aquela sensação o irritou e o constrangeu, calou o riso e de vermelho foi mudando para roxo, naquele mesmo instante queria voltar uns segundos e não rir, mas já era tarde e ele foi expulso do bar á chutes e pontapés através de cada olhar e expressão de desprezo por não fazer parte daquele mundo, não poderia fazer parte da vida dela também. Ela era tão aquilo, ele também só que agora estava machucado demais para entender com calma que não se viriam nunca mais e que ele queria ser aceito daquela forma, estava doendo tanto, doendo. Doendo o que?
Então viu reflexo do seu orgulho ali em seus olhos molhados no espelho, ouviu a resposta ao grito abafado no travesseiro, ao seu silêncio que durou dias.
E não se viriam nunca mais.

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