quarta-feira, 23 de novembro de 2011





♥.

Andar.


A mesma sensação de quando via um prédio alto e ao olhar para cima lhe dava tontura uma sensação engraçada de estar andando entre gigantes e não era mesmo?
Ali ela gostava de ver aquelas luzes a noite que vinha das janelas, cada vida dentro de um quadradinho de luz em cada prédio.
E quando caminhava a noite sentia - se livre, pois durante os últimos tempo no mundo contemporâneo se tornou algo extremamente perigoso andar só e pelas cidades a noite.
A sensação era indescritível e simples. Colocar o casaco, as botas e andar entre os imensos prédios em um local distante de casa só para ficar mais aguçado e emocionante.
Quanta gente no bar, quanta gente nos clubes, quanta gente por aí, mas não tem graça andar de madrugada com alguém, a não ser se a mesma pessoa possuía em si um espírito infantil como o dela de aventurar nas ruas, simplesmente andar entre os casarões entre uma esquina e outra. Em um canto qualquer, num lugar alto subir e admirar todas aquelas luzes de cima e criar pensamentos variados.
O sono vem, agora é só voltar pra casa e ir dormir e sonhar.
Sonhar que voava entre os prédios, que existe alguém capaz de se aventurar livremente, com as mesmas intenções incertas de se divertir maneira estranha e de ser livre. Sem obrigações sentimentais. Apenas livre.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011


"May your heart always be joyful
May your song always be sung
May you stay forever young"


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A quoi ça sert l'amour ?




Tranquilo, com chuva e amor.

O dia esta bonito lá fora.
Olhe! Veja e ouça os pássaros voando no céu azul em que as nuvens demonstram fofura, hoje são algodão doce.
Pode chover, mas e daí? Para que lhe serve as galochas e a sombrinha? Talvez nunca ninguém tenha lhe falado que criatura bonita fica você na chuva de galochas e sombrinha.
E quando chegar em casa pode tomar chá de morangos ou de camomila, ou erva doce. Também tenho de cereja. Não tinha, comprei só porque me disse que gosta. Ficaremos em casa. Prometo que não vai ser chato, nem entediante. Ouviremos Beatles, Beirut, Edith Piaf, Caetano e Elis. Olhando para janela vendo as gotas da chuva caindo sobre o chão e molhando telhados e a grama lá fora. Olhando a chuva na varanda, não veremos a hora ir embora. Na verdade, na nossa sala o tempo nem existirá. Ouvirá a chuva, a música e sentir o gosto do chá e bolo de maça. Será aquele da padaria mesmo.
Paz invadindo a varanda. Talvez você tenha sonolência e durma, talvez eu também. Como sabe, aqui quando chove o cheiro de essência do jardim invadi a casa toda. Então eu sei que se o dia for exatamente assim, aparentemente entediante vai ser um dia bonito.
Sei que a noite vamos para cozinha e poderá estrear as luvas vermelhas que compraste semana passada mas ficou encostada no cabide de utensílios até agora. Hoje, vai usar para tirar do forno os cookies que faremos. Trabalho e bagunça com farinha de trigo na mesa de madeira. Comeremos pão de queijo e cookies com leite quente, a noite se aproxima e vem gelada. Assistiremos um filme de terror para você não conseguir dormir e ver o sol amanhecer. Deve estar pensando que eu tenho tudo planejado mas não, é só uma vontade que tenho de fazer esse dia chuvoso e cinza ser um dia amável e estar com você. Talvez seja tudo contrário e acabaremos bebendo vinho, comendo queijo e bebendo mais, ficando bêbados e acordando com dores de cabeça no outro dia, não importa o que se tem a fazer.
Eu sei que vou dividir o dia mais frio com alguém que consegue fazer borbulhar sorrisos dentro mim e remenda de maneira inefável o meu coração partido.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O vento morria de tédio
porque apenas gostava de cantar
mas não tinha letra alguma para a sua própria voz,
cada vez mais vazia...
tentei comprida como a vida
e com aventuras espantosas que eu inventava de súbito,
como aquela em que menino eu fui roubado pelos ciganos
e fiquei vagando sem pátria, sem família, sem nada
neste vasto mundo...
mas o vento, por isso
me julga agora como ele...
e me dedica um amor solidário, profundo!


- Mário Quintana